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Conab aponta recuperação do setor agrícola
08/09/2017

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Conab aponta recuperação do setor agrícola

A agropecuária seguirá como um dos motores da economia brasileira e deverá recuperar a participação no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para a companhia, no entanto, alguns produtos terão que equilibrar a relação entre oferta e demanda para garantirem a rentabilidade aos produtores. O produto que mais preocupa é o milho, com uma safra atual recorde e com um estoque que chega ao triplo do registrado na última safra de 2015/2016. “Se houver uma safra como foi a atual, recorde, isso traz uma pressão muito forte no mercado, dadas as condições que a gente observa hoje de preços em queda”, diz o superintendente de Gestão da Oferta da companhia, Wellington Silva Teixeira. “Saímos de um estoque de 7 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas de uma safra para outra. Isso traz preocupação e a necessidade de que o produtor observe isso e possa calcular melhor o que vai plantar.” A análise está no estudo Perspectivas para a Agropecuária, Safra 2017/2018, apresentado na quarta-feira pela Conab. De acordo com a pesquisa, os preços domésticos do milho encontram-se abaixo do preço mínimo, sobretudo no Mato Grosso, estado com maior sensibilidade ao custo logístico. Em Sorriso (MT), as cotações do milho em julho fecharam a média mensal em R$ 12,00 por 60 kg e com tendência de baixas ainda maiores, com o decorrer da colheita da segunda safra. O preço mínimo no Estado é R$ 16,50. “Além da safra robusta de milho, a paridade de exportação mais baixa nos portos brasileiros devido não só aos preços em Chicago, mas à desvalorização do dólar frente ao real, bem como o alto custo de frete, ajudam a pressionar as cotações internas, causando apreensão nos produtores que não enxergam no curto prazo sinal de melhora”, diz a pesquisa. A Conab aconselha o produtor a diminuir a área plantada ainda mais do que a projeção de 2% a 5% para que seja atingida uma produção inferior a pelo menos 90 milhões de toneladas.

Em 2016/2017, houve aumento da área de primeira safra, além das condições climáticas excelentes que permitiram ao Brasil atingir um volume de 97,2 milhões de toneladas, segundo a companhia. Atualmente, o milho é o grão mais produzido no mundo, sendo responsável por 42% de todos os grãos gerados, seguido por trigo (30%) e arroz (18%). A taxa de crescimento do PIB agropecuário manteve-se em superior ao PIB brasileiro desde 2013. Esse cenário reverteu em 2016, quando o PIB agropecuário recuou 6,6%, e o PIB total caiu apenas 3,8%. Ou seja, a atividade agropecuária foi a que apresentou o pior desempenho em 2016, com uma forte retração relativa em comparação ao ano imediatamente anterior. Para este ano, a expectativa é de retomada, de acordo com a Conab, embora não crave uma percentagem de crescimento. A expectativa tem sido acompanhada por outros agentes. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou, recentemente, a projeção de um crescimento de 10,9% para o ano, e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma alta de 14,9% no PIB agropecuário no segundo semestre em relação a igual período de 2016.

Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: EMATER/DIVULGAÇÃO/JC