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Por que o preço do peru pesa mais no bolso do que o de outras aves
18/12/2025
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José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), esclareceu à coluna a informação
Na ceia de Natal, o peru costuma ocupar o centro da mesa — e também da lista de gastos. Não é por acaso. Diferentemente do frango que abastece o prato do brasileiro o ano inteiro, a ave natalina carrega um custo que começa bem antes de chegar ao forno.
No campo, o peru tem um ciclo de criação mais longo. O consumo de ração é maior, e a alimentação precisa ser mais balanceada. O manejo também é mais rigoroso, com cuidados sanitários e genéticos que elevam o uso de insumos ao longo da produção, explica José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Depois da porteira, o custo não diminui. Pelo contrário. O peru demanda embalagens especiais, tempero industrializado, processos de congelamento e resfriamento e uma logística dedicada. É uma ave grande, pesada e sazonal — demandada em poucas semanas do ano.
— É um consumo concentrado em um curto período. Toda a estrutura precisa estar pronta para atender essa demanda específica, e isso encarece o processo — acrescenta Santos.
Os números do setor, divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ajudam a entender o cenário. O consumo per capita de peru no Brasil é de apenas 0,297 quilo por habitante ao ano. Já o frango passa dos 46 quilos.
O peso do peru é, em média, de 7,9 quilos, enquanto o de aves natalinas chega a 3,5 quilos.
Além disso, outras aves natalinas, como chester, conseguem preços mais acessíveis justamente por terem genética menos exigente e maior flexibilidade produtiva.
No Rio Grande do Sul, a produção de aves natalinas está distribuída por regiões como Vale do Caí, Serra Gaúcha, Passo Fundo e Erechim. No caso do peru, inclusive, o Estado é um dos principais produtores e tem produção concentrada na região de Caxias do Sul.
Fonte: GZH
Banco de imagens: Banco de imagens ASGAV





